A cultura da Paraíba, por Cleanto Gomes

IMPERDOÁVEL DESAPREÇO
10th agosto, 2012 | Autor: Pedro Marinho
Cleanto Gomes Pereira é advogado

A Paraíba sempre se destacou mais no campo cultural que pela ceifa do seu algodão ou cana-de-açúcar, com o brilho de seus filhos egrégios e suas obras imortais, ocupando, nesse aspecto, uma comprovada primazia dentre os estados nordestinos. Tamanha distinção, apesar de pouco festejada, é facilmente aferida, numa comparação numérica de celebridades literárias, reconhecidas nacionalmente, entre as unidades federativas da região.

O Maranhão, por exemplo, entra na insigne disputa com Gonçalves Dias, Humberto de Campos, Arthur e Aluízio de Azevedo, Catulo da Paixão Cearense, Coelho Neto e Ferreira Gullar, autores antológicos da literatura pátria. O Piauí, nenhum nome de peso ofereceu, salvo engano, até hoje, ao cenário das letras nacionais, enquanto apenas José de Alencar, Araripe Junior, Raquel de Queiroz e Clóvis Beviláqua exibem a naturalidade cearense.

O Rio Grande do Norte figura no cotejo com três nomes de irrecusável valor, mas somente com eles: Câmara Cascudo, Seabra Fagundes e o jornalista Gaudêncio Torquato. De Pernambuco sobressaem Joaquim Nabuco, Gilberto Freire, Manoel Bandeira, João Cabral de Melo Neto e Barbosa Lima Sobrinho, ao passo que Alagoas ostenta, a esse nível, os notórios Graciliano Ramos, Pontes de Miranda e Elísio de Carvalho. Sergipe, de outro lado, elenca, tão somente, o poeta Jorge de Lima, Sílvio Romero, Gilberto Amado e Tobias Barreto. Já os baianos comparecem à liça com os fulgurantes Gregório de Matos, Castro Alves, Ruy Barbosa, Jorge Amado e João Ubaldo Ribeiro. E ficam por aí.

A nossa “pequenina e heróica”, da eloquente prosa alcideana, palmilha o gramado desse páreo, queiram ou não, com um time de luminares bem mais numeroso e respeitado em todo o país: Pedro Américo, Epitácio Pessoa, Augusto dos Anjos, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Celso Furtado, Assis Chateaubriand, Pereira da Silva, Osvaldo Trigueiro de