A Cultura como Mundo e como Mercado
Introdução
O capítulo “A cultura-mundo como mitos e como desafios”, traduz e caracteriza o modo como a cultura se transfigurou nos últimos anos, em estreita simbiose com as fundamentais alterações económicas, sociais e civilizacionais que sucederam no mundo, originando um novo conceito de cultura, em novas formas da sua manifestação e naturalmente também, a novos problemas.
Arquitetando com engenho e uma meticulosa descrição dessas transformações, perspetivando vários desafios, sobretudo o da urgente necessidade de se repensarem as políticas culturais, tal como têm sido pensadas e executadas na tradição europeia, sem excesso de influência americana.
Este
capítulo
traduz
reflexões
da
cultura-mundo
representada
numa
padronização de mercadorias culturais, muito pronunciada pela posição mercantil norteamericana. Existem produtos de aceitação mundial que aspiram a homogeneizar as procuras dos consumidores. No entanto, a receção de determinado produto difundido pelos organismos da indústria cultural pode ser agregado de modo crítico ou adaptado, a derivar do conjunto e do espaço-tempo onde foi consumido.
Genericamente, o que de modo universal é imposto, localmente pode ser entendido de modo questionável. Além que ao mesmo tempo em que há uma difusão de produtos mundiais, surge uma necessidade de diferenciação por parte do indivíduo. Ou seja, a cultura-mundo caracteriza-se por uma continuidade entre a procura mundial e a conveniência particular e tradicional.
É neste universo individualista, centralizado no culto do eu, da satisfação instantânea, da velocidade e da imagem, que as marcas adquirem protagonismo e interesse, atribuindo-se como alargamento do indivíduo, classificando e dando a quem os ostenta o simbolismo por elas veiculado.
Nesta cultura-mundo, onde tudo é efémero, tudo é descartável, tudo é momentâneo na constante e desassossegada expectativa do