A crise do Sistema Colonial
As transformações políticas e a reação cultural entre os séculos XVIII e XIX, no mundo ocidental, tiveram grandes repercussões. Na França, época do ilusionismo, quando o pensamento liberal se rebela contra as instituições do Regime Antigo; na Inglaterra, a revolução Industrial transforma as estruturas econômicas tradicionais; a independência dos Estados Unidos (1776), que foi a primeira grande ruptura do sistema colonial europeu, tornando-se modelo para as elites nativas das demais colônias do continente. No Brasil, com os pesados impostos, as restrições ao livre comércio e as proibições às atividades industriais vão acirrando os conflitos entre as elites locais e o poder metropolitano. Surgem as primeiras rebeliões: Inconfidência Mineira (1788/1789) e a Conjuração Baiana, ou dos Alfaiates (1798).
Segundo Novais, após a queda do feudalismo e sua desintegração, vários fatores de mudanças no sistema econômico, num modelo mercantilista de produção, desenvolvido na Europa. O nascimento dos absolutistas - a primeira forma de Estado Moderno que tinha como principais características a soberania do estado e a distinção entre o estado e a sociedade civil. Ou seja, a concentração do poder nas mãos dos reis, o uso da violência pelo governo e a falta de liberdade e do controle social. A estrutura social era dividida em camadas - sociedade estamental - que não permitia ascensão social, o indivíduo ocupa o seu lugar de origem. Se nascer nobre por exemplo, continua nobre; impossível um casamento entre um plebeu e um nobre; cada estamento obedecia às suas leis. As camadas desse tipo de sociedade são: o clero (secular e regimental, composto pelos que oravam e mantinham um poder ideológico sob o ponto de vista religioso e garantindo papel de status perante o poder real), a nobreza (cortesã, provincial e de toga - eram as pessoas consideradas nobres que tinham a função do combate e defesa do reino em batalhas; tinham propriedades e riquezas