A Crise Da Psicologia No Final Do S Culo XIX E In Cio Do S Culo XX
Caracterizar o que foi a crise da Psicologia, no final do século XIX e início do século XX, como também apresentar a proposta da Psicologia Sócio-Histórica para superar tal crise.
Se você vivesse na Alemanha do final do século XIX, testemunharia um dos períodos históricos mais importantes para o surgimento de um novo campo da ciência: a Psicologia. Nesta época estabeleciam-se as bases da Psicologia moderna. Wilhelm Wundt (1832-1926) estava concebendo o primeiro laboratório de Psicofisiologia, inaugurado em 1875 na Universidade de Leipzig. Por isso, em razão de suas contribuições científicas, ele é considerado o pai da Psicologia (Bock, 2001; Bock, Furtado, Teixeira, 2008).
Entretanto, a Psicologia criada por Wundt era reducionista, ou seja, ele explicava os fenômenos psicológicos por meio de mecanismos elementares (Luria, 2006; Vigotski, 2007). Desta maneira, os processos psicológicos superiores, mais complexos, eram completamente ignorados ou explicados de modo descritivo, ou fenomenológico, como se não pudessem ser abordados pela ciência, tal como proposta por Wundt (que se baseava no método das ciências naturais).
Estas questões centrais sobre o objeto de estudo da Psicologia, não conseguiram ser adequadamente resolvidas durante o século XIX. Com o aparecimento de inúmeras abordagens teóricas no cenário mundial, especialmente fora da Europa, perpetuaram-se estas mesmas dificuldades. Em cada abordagem se privilegiava um, dos múltiplos aspectos do ser humano, reduzindo-os ora a um, ora a outro dos seguintes pares dicotômicos: físico ou espiritual; biológico ou social; ou ainda, objetivo ou subjetivo.
O psiquismo humano é complexo e contraditório. Por isso, para compreendê-lo, não se deve reduzí-lo a pares dicotômicos.
Na tentativa de superar os conhecimentos já existentes, cada um dos múltiplos referenciais teóricos, apresentava uma proposta diferenciada dos demais que, em razão de seu caráter