A crise americana das hipotecas
GESTÃO FINANCEIRA
Estrutura e Funcionamento do Sistema Financeiro Nacional
A Crise Americana das Hipotecas
Em 2001, após a crise da empresas ponto.com, o Federal Reserve (FEB=BC americano) iniciou o processo de redução de juros, que em 2003 chegou a cair para 1% ao ano (menor taxa desde o final dos anos 50), com a intenção de reduzir os custos dos empréstimos e financiamentos e incentivar as empresas e consumidores a voltarem a consumir, o que surtiu efeito, pois os americanos saíram às compras. Com o comércio aquecido, os imóveis passaram a ter seus preços elevados e viraram uma ótima opção de investimento, pois se comprava ainda a um preço baixo, para revender adiante com ótimos lucros, ou manter o imóvel como garantia de investimento valorizado. Com essa valorização no preço dos imóveis, cresceu a procura por hipotecas e os americanos passaram a hipotecar seus próprios imóveis em garantia a empréstimos, com o intuito de consumo e até para a aquisição de outros imóveis. As instituições hipotecárias, de olho neste mercado crescente e lucrativo, passaram a emprestar recursos a juros maiores e, portanto com maiores lucros, a uma categoria que não tinha acesso fácil a financiamentos, os maus pagadores e inadimplentes, conhecidos como sub-prime. Exemplificando, para se ter uma noção dos valores que foram despejados aos consumidores, duas grandes instituições hipotecárias americanas (Fannie Mae e Freddie Mac), possuíam quase a metade da hipotecas dos EUA, que girava na casa dos US$ 12 trilhões. Os gestores de fundos e os bancos logo correram atrás deste segmento e começaram a comprar “pacotes” que incluíam esta carteira, pagando antecipadamente aos bancos de investimento, repassados a eles pelos financiadores originais, por valores inflacionados, visto estarem acrescidos de juros maiores, por terem sido alocados ao segmento sub-prime e buscando maiores retornos (spreads). As negociações foram tão