A CRIAÇÃO DA ZONA RURAL DE OLINDA
Roberto Silva de Souza²
O Município de Olinda-PE, com uma população de 367.902 habitantes (IBGE, 2000) e uma área territorial de 37,9 km2 (IBGE, 2000a), resultando numa densidade demográfica de 9.707,18 habitantes/km², mantém, nos dias atuais, uma área rural criada por Lei Municipal, desde 1983.
A Zona Rural de Olinda ocupa a porção Centro-Norte do município. Sua delimitação esteve inserida nos perímetros do primeiro engenho da capitania de Pernambuco – o engenho Nossa
Senhora da Ajuda (1542).
Esse espaço apresentou, através dos séculos, várias funções: área de cultivo da cana-deaçúcar, fabrico da cal, processo de meação, doação a ordens religiosas, aquisição para ampliação de atividade de matadouro. Nos tempos mais atuais, funcionou como área de exploração da Fosforita
Olinda S/A (1953) – concomitantemente com ocupação de trabalhadores da terra – e alvo de loteamentos para ser transformado em área residencial após a extração do fosfato.
Os primeiros ocupantes, cujas gerações dariam origem ao processo de criação da Zona Rural de Olinda, começaram a se instalar pacificamente a partir da década de 1930. Mais tarde, na década de 1970, os descendentes e outros novos trabalhadores que haviam ocupado trechos de terras por processo de invasão, se mobilizarão para impedir a transformação de suas unidades agrícolas em área de especulação imobiliária, o que resultará na delimitação legal da área pelo poder público local. O objetivo deste trabalho é contribuir para a reflexão acerca do processo de criação da Zona
Rural de Olinda, que transformou uma área de terras, já especulada como urbana, em rural, de acordo com a determinação do poder público olindense, no ano de 1983.
As informações que aqui constam, resultaram de visitas aos arquivos públicos estadual e o municipal de Olinda, Biblioteca Pública de Pernambuco, Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), Instituto Nacional de Colonização e Reforma