A COR DO BAIRRO
Por Rosivaldo da Silva Gomes.
Ao andar pelas ruas você já atentou para a tez das pessoas que transitam pelas vias de sua cidade? Ou se apercebeu que de acordo com a localização onde se encontras a cor da pele das pessoas do centro para tende a mudar, isto é, no centro das cidades é comum se encontrar em sua maioria pessoas brancas, enquanto que quanto mais nos aproximamos da periferia a cor da pele fica mais escura (negra)? Afinal, isto tem uma explicação para tal fenômeno ou isto é apenas mera coincidência?
Talvez agora você deva estar dizendo, isto não existe, não passa de um mero discurso que em vez de promover o não racismo acaba por o ratificar. Neste sentido Maricato (2001) argumenta que “é impossível esperar que uma sociedade como a nossa, radicalmente desigual e autoritária, baseada em relações de privilégio e arbitrariedade, possa produzir cidades que não tenham essas características”. Sendo assim não podemos negar que as cidades brasileiras são construídas como verdadeiros espaços de segregação social, como também racial. Pois, uma das características mais marcantes das metrópoles brasileiras é a segregação espacial das classes sociais em áreas distintas da cidade. Basta uma volta pela cidade – e nem precisa ser uma metrópole – para constatar a diferenciação entre os bairros, tanto no que diz respeito ao perfil da população, quanto às características urbanísticas, de infraestrutura, de conservação dos espaços e equipamentos públicos, etc.
Dentro deste contexto, não podemos deixar de perceber que não é apenas uma questão infraestrutural, mas indiscutivelmente racial, pois os moradores negros são empurrados no processo de embelezamento das cidades para a periferia, os centros urbanos são literalmente um espaço branco. Mas você poderia estar dizendo, ora, quem mora na periferia são pessoas pobres, daí a célebre pergunta, por que tipo de pessoas são constituídos a classe baixa