A cooperação sul-sul numa perspectiva histórica de relações internacionais (resumo do livro de patrícia soares leite)
Após a Segunda Guerra Mundial, a Europa começa a declinar, sendo dividida em áreas de influência entre os Estados Unidos e União Soviética. O enfraquecimento da Europa significou o fortalecimento do nacionalismo e o crescimento do desejo de independência por parte desses países. O monopólio dos países do Norte começa, então, a ser questionado. Em meados da década de 50, alguns desses países já haviam conquistado sua independência, mas ainda mantinham fortes laços de dependência política e econômica das grandes potências.
Assim, em abril de 1955, líderes de vinte e nove países asiáticos e africanos reúnem-se na Indonésia para a chamada Conferência de Bandung, em que promovem a cooperação econômica e cultural de ambos os continentes, como forma de oposição ao que consideravam uma política de neocolonialismo por parte de países como Estados Unidos e União Soviética, já que a maioria dos países participantes vinha da experiência de colonização, em que experimentaram o domínio político, econômico e social. A conferência exaltou ainda a questão da independência e a liberdade dos povos africanos e asiáticos, defendendo o direito deles à autodeterminação, ou seja, o direito de determinar seu próprio status político, sem influência externa. Ainda houve denúncias contra o sistema de apartheid na África do Sul e o racismo foi considerado crime. O termo Terceiro Mundo e a inspiração para os princípios do não-alinhamento (os países declararam-se neutros à questão da Guerra Fria) surgiriam na conferência.
Após a Conferência, a união dos países do Sul se intensificaria ainda mais com a incorporação de países