A CONCEP O MARXISTA DA HIST RIA
No prefácio de uma de suas obras, Critica da Economia Política, Marx dá conta de como seus estudos o levaram a esta concepção:
"Minhas. pesquisas conduziram a este resultado: que as relações jurídicas, bem como as formas do Estado, não podem ser compreendidas por si próprias, nem pela pretensa evolução geral do espirito humano, mas, ao contrário, deitam suas raízes nas condições materiais de existência, cujo conjunto Hegel, a exemplo dos ingleses e franceses do século XVIII, compreende sob o nome de “sociedade civil”.
Como vedes, é o mesmo resultado para o qual assistimos concorrerem os historiadores, sociólogos e críticos franceses, do mesmo modo que os filósofos idealistas alemães. Todavia, Marx vai mais longe. Pergunta quais são as causas determinantes da sociedade civil e responde que é na economia política que devemos buscar a anatomia da sociedade civil. Assim é o estado econômico de um povo que determina seu estado social, e o estado social de um povo determina, por sua vez, seu estado político, religioso e assim sucessivamente. Mas, perguntareis, o estado econômico não tem causa, por sua vez? Sem dúvida, como todas as coisas do mundo, tem sua causa, e esta causa, causa fundamental de toda evolução social.
"Na produção social de sua existência, os homens entram em relações determinadas, necessárias, independentes de sua vontade, relações de produção que correspondem a um dado grau de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais. O conjunto destas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se ergue uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que