A Coesão
A escola na Nobreza durou até que as estruturas do mundo feudal, rígidas e hierarquizadas, se tornassem anacrônicas por causa do desenvolvimento do capitalismo industrial.
A face do mundo transformou-se pela invenção da máquina e a utilização de novas fontes de energia. Com a revolução tecnológica, novas classes sociais emergiram: a nascente burguesia industrial, responsável pelo processo técnico, tomou o poder da velha aristocracia rural; uma classe de uma mão de obra pobre e desqualificada .
Neste panorama de um mundo em mudança, a escola mantinha-se reservado às elites.
No entanto, o desenvolvimento industrial requer um número muito maior de quadros técnicos e científicos. Esta exigência econômica leva a uma mudança radical nos conteúdos da escola. Ela é forçada a se modernizar.
As disciplinas científicas adquirem importância crescente ao lado dos antigos conteúdos clássicos e literários.
Por outro lado, a burguesia dominante começou também a perceber a necessidade de um mínimo de instrução para a massa trabalhadora que se aglomerava nos grandes centros industriais. Os ״ignorantes ״ deveriam socializar-se, isto é, deveriam ser ״educadores ״ para tornar-se bons cidadãos e trabalhadores disciplinados.
Foi assim que, paralelamente à escola dos ricos, foi surgindo uma outra escola dos pobres.
Sua função era dar aos futuros operários o mínimo de cultura necessária a sua integração por baixo na sociedade industrial.
A coexistência desses dois tipos de escola cria uma situação de verdadeira segregação social.
As crianças de “povo frequentavam a escola primária, que não é concebida para dar acesso a estudos mais aprofundados. As crianças da elite seguiam um caminho à parte, com acesso garantido ao ensino de nível superior, monopólio da burguesia.