A coesão social de Émile Durkheim
Na sociologia, coesão social é um termo que representa as forças que mantém os homens juntos em sociedade e que lhes permite viver num certo consenso e ordem social.
Foi uma preocupação central do sociólogo Émile Durkheim, que procurou uma explicação para este fenómeno e como resultado escreveu o livro Da divisão do trabalho social.
Trata-se de um tema central no pensamento sociológico de Durkheim, cujo principal interesse é desvelar os fatores que possibilitam a coesão (unidade, estabilidade) e a permanência (ou continuidade) das relações sociais ao longo do tempo e de gerações. Dentro da perspectiva sociológica durkheimiana, a existência de uma sociedade só é possível a partir de um determinado grau de consenso entre seus membros constituintes: os indivíduos. Segundo Durkheim, esse consenso se assenta em diferentes tipos de solidariedade social.
Solidariedade mecânica
Em De la Division du Travail Social, Durkheim esclarece que a existência de uma sociedade, bem como a própria coesão social, está baseada num grau de consenso entre os indivíduos e que ele designa de solidariedade. De acordo com o autor, há dois tipos de solidariedade: a mecânica e a orgânica.
A solidariedade mecânica prevalece naquelas sociedades ditas "primitivas" ou "arcaicas", ou seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por clãs. Nestas sociedades, os indivíduos que a integram compartilham das mesmas noções e valores sociais tanto no que se refere às crenças religiosas como em relação aos interesses materiais necessários a subsistência do grupo, essa correspondência de valores assegura a coesão social.
Solidariedade orgânica
De modo distinto, existe a solidariedade orgânica que é a do tipo que predomina nas sociedades ditas "modernas" ou "complexas" do ponto de vista da maior diferenciação individual e social (o conceito deve ser aplicado às sociedades capitalistas). Além de não compartilharem dos mesmos valores e crenças