A ciência para Cassirer
A ciência é apresentada como um alicerce num universo tão inconstante, mutável, mostrando-se como um ponto de apoio à consolidação das percepções e pensamentos.
A concepção de que os dados elementares da experiência humana se encontram em estado totalmente confuso e desordenado está presente tanto na escola empírica quanto na racionalista. Kant ressalta nos capítulos iniciais de Crítica da Razão Pura que apesar de, indubitavelmente, a experiência ser o primeiro produto do nosso entendimento não é um fato simples, pois forma-se de dois fatores contrários, a forma, representada pelos nossos conceitos científicos; e a matéria, dada nas percepções sensoriais humanas. Para Kant, toda a questão objetiva do nosso conhecimento está intimamente ligada ao fato da ciência.
O homem viveu num mundo objetivo bem antes de estar inserido num mundo científico. Antes mesmo de ter encontrado o caminho da ciência, sua experiência já possuía estrutura definida e era organizada, articulada. Através da análise dos conceitos míticos ou linguísticos, por exemplo, verifica-se que não podem ser definidos como simples ou rudimentares.
A ciência começa com uma busca da simplicidade, o que representa um final não um começo. Há um estado de espírito muito mais elaborado no início da cultura humana, porém a ciência só poderia ultrapassar os primeiros passos incorporando uma nova medida, um diferenciado padrão lógico de verdade, estabelecendo a impossibilidade de se alcançar a verdade enquanto o homem se confiar apenas na experiência imediata, nos fatos observáveis, como um esforço para nos dar uma visão compreensiva.
A linguagem é a primeira forma que o homem