A civilização persa
Começando com a unificação das tribos medas por Ciaxares (625-585 a.e.c.), e a subsequente incorporação da Media aos domínios de Ciro (55O-33O a.e.c.), a civilização persa teve quatro fases principais: a Aquemênida (55O-33O a.e.c.), a helenística (33O-67 a.e.c.), a parta - que se sobrepôs em parte a helenística (248 a.e.c.- 226 d.e.c.) - e a sassânida (226-642 d.e.c.).
Durante mil anos houve uma continuidade básica das condições em que vivia a população. No entanto, certas práticas sociais e administrativas, adotadas no período Aquemênida na era helenística, só persistiram no campo, já que as características principais das sociedades helenísticas se manifestaram apenas na cultura urbana e nas formas urbanas de governo. A fase parta, embora ainda influenciada pela helenística que a precedeu, restaurou elementos da tradição aquemênida original e preparou os fundamentos para o segundo grande período da civilização persa, introduzido pelos sassânidas.
O conflito da Pérsia aquemênida com a Grécia, e a luta dos partas, a principio contra os selêucidas, depois contra Roma, assim como o conflito quase continuo entre os sassânidas e Bizâncio, provocaram uma visão distorcida da antiga Pérsia nos autores clássicos greco-romanos, que tendiam a opor a "civilização", que para eles era a do mundo clássico, à "barbárie" dos persas. Essa era a perspectiva de Heródoto, por exemplo, pelo menos no que respeita os camponeses persas. Diferentemente da versão ateniense da cultura grega, caracterizada por um sentido básico de igualdade e uma cidadania compartilhada, na antiga Pérsia, cuja civilização era essencialmente aristocrática e feudal, as diferenças de classe eram profundas. Não obstante, a civilização dos antigos persas era a