A CIVILIZA O DO NILO

1. A CIVILIZAÇÃO EGÍPCIA OU “A CIVILIZAÇÃO DO NILO”
Heródoto, historiador grego que viveu no século V (5oo a.C), tem uma célebre frase em que afirma ser o Egito uma dádiva, um presente do rio Nilo. A frase é polêmica, pois para muitos, a impressão que Heródoto quis passar é a de que, mais importante do que a ação do homem, é a ação da natureza. Etnocêntricos (Sentimento de superioridade) e pretensiosos os gregos tinham um despeito (ciúme, inveja) enorme do Egito, sabidamente já uma grande civilização, quando eles mesmos ainda viviam em aldeias isoladas. Considerando-se superiores, não podiam aceitar esse fato a não ser atribuindo-o a razões sobrenaturais ou, simplesmente, geográficas.
Que os gregos subestimassem os egípcios é, pois, compreensível. O que não é aceitável, contudo, é a repetição do mesmo preconceito (pré-conceito). O importante para a nossa disciplina é perceber que não há nem “Milagre Egípcio” nem “Milagre Grego” como veremos nas aulas seguintes, quando adentrarmos na conjuntura sócio-cultural em que surge a Filosofia.
O rio Nilo, em si, oferece condições potenciais, que foram aproveitadas pela força de trabalho dos camponeses egípcios – conhecidos como “felás” –, organizados por um poder central, no período faraônico. Trabalho e organização foram, pois, os ingredientes principais da civilização egípcia. Era necessário organizar a distribuição de água de forma mais ampla, para se poderem evitar alagados ou pântanos em algumas áreas e terrenos secos em outras. A solução foi o trabalho coletivo e solidário, intenso e organizado.
O importante é perceber que se trata de um grupo humano que se organiza através do trabalho para explorar as condições favoráveis de uma determinada região, alterando-a no processo de extração de sua substância, ou seja, se trata de uma HISTÓRIA SOCIAL, algo muito diferente de uma HISTÓRIA MERAMENTE NATURAL.
Domando o rio, o “felá” acabou domado pelo poder do faraó. Realizava sua parte no trabalho coletivo, mas não tinha