A cidade
URBANO
Maria Amália Pereira BARRETO*
RESUMO: Este trabalho consiste numa reflexão sobre alguns termos como urbano, estilo de v estilo. Os autores consultados foram Simmel, Park, Redfield, Wirth, por um lado e Schütz, Berge
Luckmann, por outro.
UNITERMOS: Antropologia urbana; estilo de vida; urbano; fenomenologia.
Este tema foi abordado a partir de uma certa perplexidade minha frente a certos problemas surgidos em decorrência de minha vivência em centros urbanos. Não posso dizer que tenha encontrado respostas acabadas ou soluções definitivas, mas desenvolvi, com o auxílio de algumas leituras, várias reflexões, que são apresentadas aqui.
Percebi, quando o problema surgiu, que, embora tenha uma experiência vivida sobre estilo de vida urbano, havia, em meu repertório cognoscitivo, um vazio conceituai em relação a estes termos; estilo de vida e urbano eram, para mim, coisas naturalmente dadas, em relação as quais nunca me interroguei seriamente. Quando comecei a me perguntar o que era estilo, estilo de vida e urbano, o problema colocou-se em toda a sua amplitude.
Minha "demarche" então foi, ao mesmo tempo em que me voltava para minha experiência vivida, percorrendo os vários tipos de cidade em que já vivi (pequena, média e grande metrópole), em busca de uma definição sobre os termos, procurar, na bibliografia lida até o momento, uma orientação para que se esclarecesse o problema.
Percebi que, na bibliografia consultada, um grande corte (ou cisão) poderia ser feito, agrupando os autores em dois conjuntos distintos; é claro que este corte só pôde ser feito às custas de se perder, de cada autor, contribuições valiosas e com vantagem única de trazer uma clareza analítica. Assim, de um lado agrupei Simmel, Park, Wirth e Redfield, que, a meu ver, colocam "estilo de vida" como decorrência do fenômeno urbano. No outro grupo estariam Schütz, Berger e Luckmann, que colocariam "urbano" como decorrência de