A cidadania no Brasil: o longo do caminho
A cidadania no Brasil: o longo do caminho, p. 25-45
Autor: José Murilo de Carvalho,
O texto aborda o tema Brasil Império, na época com o governo Monárquico, tendo como ponto de partida a independência do Brasil, que constituiu o avanço dos direitos políticos, mas não dos direitos civis e sociais.
Desta forma, verificamos que a independência no Brasil não proporcionou significativa mudança no cenário brasileiro. De um lado o processo colonial deixou traços demasiadamente negativos, sem contar que a independência não envolveu de fato o povo brasileiro e foi traçada estrategicamente devido interesses de alguns pois na
[...] época da independência, o Brasil era puxado em duas direções opostas: a direção americana, republicana, e a direção europeia, monárquica. Do lado americano, havia o exemplo admirado dos Estados Unidos e o exemplo recente, mais temido que admirado, dos países hispânicos. Do lado europeu, havia a tradição colonial portuguesa, as pressões da Santa Aliança e, sobretudo, a influência mediadora da Inglaterra. Foi essa última que facilitou a solução conciliadora e forneceu o modelo de monarquia constitucional, complementado pelas ideias do liberalismo francês pós revolucionário.” (CARVALHO, 2009, p. 28-29)
Foi realizada uma negociação que envolvia lideranças específicas, que faziam parte da elite brasileira e a coroa portuguesa. Assim, mesmo diante da independência permaneceu no Brasil a monarquia e a negociação somente se concretizou através da “[...] intermediação da Inglaterra, Portugal aceitou a independência do Brasil mediante o pagamento de uma indenização de 2 milhões de libras esterlinas (CARVALHO, p. 27)”, tudo em função de manter o poder nas mãos de alguns e evitar a desordem social.
Verificamos que o povo não participou de forma ativa na independência, assim, a independência do Brasil não ocorreu a partir da luta popular por liberdade e não ocorreram significativas mudanças sociais. Permaneceu a supremacia