Cidadania no Brasil: o longo caminho
Autor: José Murilo de Carvalho
O termo cidadania caiu na boca do povo após o fim da ditadura militar, no ano de 1985. Segundo José Murilo de Carvalho, cidadania se personificou, pois não se diz mais que o povo quer algo, mas sim que a cidadania quer.
Hoje, no ano de 2013, o conceito de cidadania novamente ocupa seu lugar nas ruas, nos cartazes, nas faixas, nas mídias e na boca de todos os brasileiros. Estamos vivendo uma fase de grande euforia popular, em busca dos nossos direitos. No mês de junho fomos às ruas levantar cartazes e bandeiras que diziam não ser apenas por causa de “20 centavos”, referindo-se ao aumento das passagens dos transportes públicos do país, mas sim, por um país mais justo e com menos desigualdade social, dentre outras tantas reivindicações que fizemos que por alguns momentos, nem mesmo nós, manifestantes, sabíamos exatamente qual era a pauta que queríamos lutar.
Assim como o fim da ditadura militar com as “Diretas Já” em 1984, e o Impeachment de Fernando Collor em 1992, certamente o ano de 2013 entrará para a história do Brasil, como mais um movimento de grande repercussão popular que mobilizou todo o país, pela busca de uma vida melhor. Movimento este que levou às ruas cidadãos que brigavam pelo direito de exercer a sua cidadania.
Com a leitura do livro Cidadania no Brasil: o longo caminho, pude ter uma maior dimensão de como foi construída e constituída a cidadania no Brasil, uma viagem por caminhos tortuosos, como o próprio Carvalho afirma e, não teve momento melhor para tal leitura, do que no furor de uma mobilização popular, na qual eu pude presenciar com meus próprios olhos, indo às ruas.
José Murilo de Carvalho nos apresenta na introdução os três direitos aos quais os cidadãos têm direito de possuir: o civil, o político e o social.
Os direitos civis são os direitos que garantem a vida em sociedade, ou seja, os fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade, e à igualdade perante a