A CI NCIA POL TICA E SEUS MARCOS EPISTEMOL GICOS 1
FACULDADE DE DIREITO – UFPE
TEXTO 01: refere-se à primeira unidade programática (“A Ciência Política e seus marcos epistemológicos”) – texto didático elaborado pelo professor da disciplina.
TEXTO 01
A CIÊNCIA POLÍTICA E SEUS MARCOS EPISTEMOLÓGICOS
- Cláudio César de Andrade
1.Conceito e Noção da Ciência Política:
Cumpre inicialmente lembrar a asserção de Garcia Maynez1 de que “todo concepto se refiere a uno objeto, si por tal entendemos lo que puede recibir uno predicado qualquiera”.
João Maurício Adeodato2 afirma que o conceito pode ser definido como “um esquema de natureza ideal dentro do qual fixam-se as características básicas de um determinado objeto. A definição, por seu turno, consiste na explicitação dos elementos do conceito, configurando, a rigor, uma tautologia, uma vez que se propõe o significado de algo intrinsecamente dotado de significado. O mesmo autor recorda Edmund Husserl, na sua obra “Investigações Lógicas”, para quem “a definição correlaciona conceitos em um juízo, com a ressalva de que apenas um desses conceitos já está plenamente dotado de significado; o outro conceito adquirirá sentido pleno justamente a partir da referência àquele outro conceito já conhecido”.
Conceituar uma ciência no início do seu estudo implica em conhecer o seu objeto, o que, parafraseando a advertência oportuna de Nicolas Timasheff3, formulada em relação à Sociologia, tende a provocar uma espécie de círculo vicioso: a ciência deverá ser definida como ciência do seu objeto (a política), mas este, no entanto, deverá ser definido pela ciência. Daí concluir-se que a definição de uma ciência cabe melhor no final do que no início dos manuais.
Já o cientista político Maurice Duverger4, por sua vez, asseverou que “as definições só tem valor em matemática ou em direito (sem grifos no original), porque elas criam o próprio objeto que é definido: a circunferência nada mais é que sua própria