A canção da inteireza
O Paradigma holístico não é uma determinada corrente filosófica, e sim um modelo (do grego, parádeigma) abrangente de pensar e viver a realidade, podendo ser desenvolvido por diferentes caminhos.
A dimensão espiritual da pessoa humana e o caráter essencialmente ecológico da atual visão holística são traços distintivos a serem trabalhados. A questão ecológica é tratada no âmbito da ética e da espiritualidade.
Falar de mudanças paradigmáticas é referir-se a determinados momentos históricos em que ocorrem profundas rupturas no processo cumulativo da cultura humana. O autor define paradigma científico como um conjunto de princípios, regras e padrões compartilhados por uma comunidade científica. As pesquisas, realizadas a partir de um paradigma científico aceito, são classificadas pelo autor como “ciência normal”, concebida por ele como aquela cujas pesquisas visam apenas a articulação de fenômenos e teorias já fornecidos pelo paradigma. Um paradigma entra em crise quando os cientistas descobrem anomalias, isto é, fenômenos que não se encaixam no modelo da ciência normal. Não se trata de um paradigma anterior estar errado, mas de construir o mundo dos fenômenos de uma determinada maneira que não responde mais às novas exigências históricas, tornando-se incapaz de apresentar soluções para os novos problemas. O processo de transição de um paradigma a outro é cheio de percalços e resistências. Neste momento pode ocorrer um diálogo de surdos entre escolas científicas diferentes , cada uma justificando o seu próprio paradigma.
O desejo de transcendência nos diferencia substancialmente dos outros seres da natureza. Eles estão harmoniosamente centrados em si mesmos, plenos de si. “...lugar de se adaptar à natureza, ele tem que adaptar a natureza à si, isto é, transformá-la. E isto é feito pelo trabalho. Portanto , o que diferencia o homem dos outros animais é o trabalho”. A realidade ontológica deste mundo tinha sua razão de ser no outro mundo,