Texto Complementar
Texto é um “tecido verbal” estruturado de tal forma que as ideias formam um todo coeso, uno, coerente. A imagem de “tecido” contribui para esclarecer que não se trata de feixe de fios (frases soltas), mas de fios entrelaçados (frases que se inter-relacionam).
O texto é uma unidade complexa de significação e pode ter qualquer extensão: pode ser desde uma simples palavra até um conjunto de frases. O que o define não é sua extensão mas o fato de que ele é uma unidade de significação em relação à situação. É o lugar, o centro comum que se faz no processo de interação entre falante e ouvinte, autor e leitor.
Todas as partes de um texto devem estar interligadas e manifestar um direcionamento único. Assim, um fragmento que trata de diversos assuntos não pode ser considerado texto. Da mesma forma, se lhe falta coerência, se as ideias são contraditórias, também não constituirá um texto. Se os elementos da frase que possibilitam a transição de uma ideia para outra não estabelecerem coesão entre as partes expostas, o fragmento não se configura um texto. Essas três qualidades — unidade, coerência e coesão — são essenciais para a existência de um texto. Vejamos um exemplo:
"O carnaval carioca é uma beleza, mas mascara, com seu luxo, a miséria social, o caos político, o desequilíbrio que se estabelece entre o morro e a Sapucaí. Embora todos possam reconhecer os méritos de artistas plásticos que ali trabalham, o povo samba na avenida como um herói de uma grande jornada. E acrescente-se: há manifestação em prol de processos judiciais contra costumes que ofendem a moral e agridem a religiosidade popular. O carnaval carioca, porque se afasta de sua tradição, está tornando-se desgracioso, disforme, feio."
Trata-se de um fragmento que não se constitui texto. Falta-lhe coerência entre a afirmativa inicial e a final. A oração subordinada que se inicia com embora não apresenta coesão em relação à oração principal; não é possível entender o que esse “texto” quer