A CABANA
Assim, a questão que eu me coloco enquanto redijo este texto é: como terminar uma história destas? Talvez eu possa fazer isso falando um pouco das transformações que ela causou em mim. Como declarei no prefácio, a história de Mack me mudou. Não creio que haja um aspecto da minha vida, sobretudo de meus relacionamentos, que não tenha sido profundamente tocado e alterado de modo importante. Se eu acho que é verdade?
Quero que tudo seja verdade. Talvez alguma parte não seja verdadeira num determinado sentido, mas ainda assim é verdade. Você sabe o que quero dizer. Acho que Sarayu vai ajudá-lo a entender.
E Mack? Bom, ele é um ser humano que continua passando por um processo de mudança, como todos nós. Só que ele aceita bem as mudanças, enquanto que eu muitas vezes resisto a elas. Noto que ele ama mais e melhor do que a maioria das pessoas, é rápido em perdoar e ainda mais rápido em pedir perdão. As transformações que ele sofreu provocaram na família e nos amigos efeitos que nem sempre foram fáceis de entender. Mas devo lhe dizer que nunca conheci outro adulto que leve a vida com tanta simplicidade e alegria. De algum modo, ele virou criança de novo. Ou, para explicar melhor, ele virou a criança que nunca teve permissão de ser. Uma pessoa confiante e cheia de entusiasmo.
Ele consegue acolher até mesmo os tons mais escuros da vida, vendo-os como parte de uma tapeçaria incrivelmente rica e profunda, tecida magistralmente por invisíveis mãos de amor.
Enquanto escrevo