A Biologia politica
Meu antigo amor foi um dos mais marcantes que eu já construí. Eu amava ser protagonista de uma história onde a entrega era abundante e a intensidade era o carro-chefe. Posso descrever perfeitamente a sensação gostosa que me invadia quando eu sentia o calor interno daquela boca macia. O coração acelerava, a respiração dificultava, o arrepio me abraçava e o prazer logo chegava.
Na cama, éramos profissionais em encharcar lençóis. Os gemidos, os arranhões, os xingamentos apimentados e os experimentos soavam como declarações de amor em grande estilo. Ah, meu Deus, como eu adorava tudo aquilo. Dentro da nossa intimidade, até a temperatura mais baixa era quente. Que loucura era o sabor, o cheiro e o encaixe do sexo da gente.
Na rua, todo mundo elogiava, ficavam abismados em como a gente combinava. E era uma delícia andar por aí, com ela, de mãos dadas. Naquela época, o nosso amor era tão sorridente, que até os cupidos duvidavam dessa tal felicidade da gente. Ah, cupidos safados, podiam ter avisado que o efeito da flecha tinha tempo limitado.
Lembro que foi um inferno quando começou as crises de ciúmes. As exigências fora do costume e todo aquele erro que sempre desune. Que diabos aconteceu, pelo amor de Deus? Em que parte do caminho isso tudo se perdeu? Quando me dei conta, só havia restado eu.
Nosso grande amor que era superquente esfriou. Tudo então desandou e a nossa embarcação