a Balada e Narayama
Título Original: A Balada de Narayama
Ano de Produção: 1983
Direção Shohei Imamura
A Balada de Narayama retrata um cenário que se passa em um vilarejo da região do Japão que mantinha uma prática ligada à cultura popular que instituía uma tradição, que para os dias de hoje é um tanto quanto cruel.
Isolados entre as montanhas seus habitantes têm um cotidiano restrito basicamente à produção de alimentos além da alimentação escassa, pobreza e miséria havia também a dura luta pela sobrevivência, esse vilarejo mantinha uma tradição que ao completar 70 anos de idade, os moradores deveriam subir ao topo da montanha Narayama, local sagrado para esperar por sua morte sozinhos e um dos sinais evidentes de que o momento da peregrinação à montanha chegara era dado pela perda dos dentes, e eles seguiam a risca a tradição. Podemos notar no filme que certas vezes este ritual é encarado com relutância pelos idosos, porém a grande tradição faz com que outros aguardem ansiosamente pela data, por vezes contribuindo para adiantar o afastamento, acreditando que esta é uma oportunidade de rever os antepassados. Todo o conhecimento e experiência de vida de um sexagenário, ainda mais valioso em uma sociedade sem tradição escrita, deve ser refutado em prol dos mais novos. Entretanto, a perspectiva da morte lhes parece absolutamente natural, morrer para eles eram uma questão de honra e dignidade, não uma tragédia a personagem principal do filme não pode ser considerada uma vítima, seu destino lhe é conhecido e ela aceita-o totalmente, sem restrições ela sabia o quanto sua partida em definitivo para a montanha representaria para aquele lar. Por isso, não se conformava que, apesar da idade, firme e forte como era ainda mantinha seus dentes então, longe das vistas dos filhos impaciente procurava arrancá-los de todas as maneiras, batendo-os em pedras ou em paredes para que chegasse logo a hora de subir.
Naquela sociedade sem escolha não possui espaço para a sabedoria dos