A ação pública abordada pelos seus instrumentos.

Instrumentos de ação pública Os autores LASCOUMES e LE GALÈS discorrem a respeito dos instrumentos de ação pública como uma ferramenta que permite materializar e operacionalizar a tomada de decisão ação governamental, considerando o contexto da multiplicidade de problemas decorrentes dos processos políticos. Estes instrumentos podem estar relacionados com as issues referentes ao legislativo, à regulação econômica, ao controle e responsabilidade fiscal, entre outras funções de governo. Neste sentido, mostra-se como um recurso que supera o paradigma funcionalista ao deixar de considerar os resultados como o foco da política, constituindo assim um dispositivo técnico e social que organiza as relações sociais específicas entre o Estado e a sociedade civil. Atrás desta aparente racionalidade das organizações, busca-se compreender o conjunto de regras determiandas pelos instrumentos de gestão, bem como sua capacidade de delimitar poder e hierarquias. Aplicado ao campo político e à ação pública, estes instrumentos descrevem uma concepção concreta da relação política entre os governos e a sociedade, tendo esta relação sido sustentada por uma concepção da regulação. Cada instrumento tem uma história e suas propriedades indissociáveis das finalidades que lhe são atribuídas, tendo vocação para ser aplicado a problemas setoriais diversos, encontra-se mobilizado em políticas muito diferentes em suas formas e fundamentos. Esses instrumentos são instituições por que eles determinam em parte a maneira como os atores se comportam, criam incertezas, sobre os efeitos das relações de força, conduzem a privilegiar certos atores e interesses, e a afastar outros, determinam, em parte, quais recursos podem ser utilizados e por quem e quando. Alguns autores, como Weber e Foucault sublinharam a importância do poder de instrumentação da ação política, caracterizando esta como uma atividade central no ato de governar. De acordo com o segundo autor, a definição de governabilidade