A avaliação entre duas lógicas
PERRENOUD, Phillipe. Avaliação: Da Excelência à Regulação das Aprendizagens – Entre Duas Lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999. p. 9 à 18.
Carla Miqueli S. Vicente*
“A avaliação inflama necessariamente as paixões, já que estigmatiza a ignorância de alguns para melhor celebrar a Excelência de outros.” (Perrenoud, 1999. p. 9). Phillipe Perrenoud autor do livro Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens, trata sobre do processo avaliativo a serviço das aprendizagens e da seleção que existe no sistema educacional vigente. Doutor em Sociologia e Antropologia, e professor nas áreas de Currículo e Práticas Pedagógicas nas faculdades de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra, Perrenoud tem o compromisso com as pedagogias diferenciadas. Esta sua orientação acadêmica é a responsável pela abordagem sociológica com que trata a complexidade da avaliação das aprendizagens neste livro.
Porém, a presente resenha irá se referir apenas ao capítulo de introdução do livro: A avaliação entre duas lógicas.
Segundo Perrenoud o termo avaliação é visto com “tortura”, onde alguns alunos o associam a humilhações e emoções desagradáveis. Pode-se dizer que há uma resistência à avaliação: paralisamos frente ao tema, impedimos a análise do sistema e seguimos modelos que, segundo Perrenoud (1999), oscilam entre duas lógicas – a da avaliação a serviço da seleção e a da avaliação a serviço das aprendizagens. Contudo, o livro não apresenta um modelo ideal ou como preparar uma avaliação, e menos ainda critica as práticas. Mas sim, vem mostrar que “tudo se mantém”, e que dessa forma, não se pode melhorar a avaliação se a escola e a didática não mudam.
O autor defende que a avaliação regula as aprendizagens, o trabalho, as atividades, as relações de autoridade e cooperação na sala de aula e também na relação entre família e escola. E que a avaliação está no centro das contradições do sistema educativo, mas criando