A Autossuficiência Brasileira
Autossuficiência, um longo caminho.
O anúncio da autossuficiência brasileira em relação à produção petrolífera pode ser entendido como o resultado de uma série de decisões governamentais estratégicas que viabilizaram não apenas um novo modelo de atuação para a Petrobras, mas também um novo patamar tecnológico e um novo perfil gerencial para a empresa. Sendo assim, não é possível proceder a uma análise coerente em relação ao sentido e ao impacto de tal anúncio fixando-se o problema a uma mera discussão de conjunturas políticas e econômicas contemporâneas. Para uma melhor compreensão do marco alcançado, singular no perfil da matriz energética brasileira, é preciso avaliar uma série de medidas que, associadas a momentos históricos específicos, construíram as pré-condições para o atual perfil da exploração e produção de petróleo no território nacional.
A autossuficiência e o dia-a-dia do brasileiro.
Algumas ideias certamente passam pelo pensamento de qualquer um de nós, brasileiros, ao lermos notícias como a da autossuficiência no petróleo. Certamente, os proprietários de automóveis devem ter pensado imediatamente no preço dos combustíveis. Outros, mais preocupados com as contas externas do país, imaginariam que a empresa deixaria de importar óleo bruto.
Na prática, nem uma coisa, nem outra. Muito provavelmente, a autossuficiência na produção de petróleo não se refletirá nos preços estampados nas bombas de gasolina do país, como desejariam os consumidores. Isto porque a política de preços que vem sendo aplicada pela empresa tem por diretriz manter os preços dos combustíveis atrelados ao câmbio e aos preços internacionais, de modo a poder garantir os recursos necessários à contínua ampliação da produção interna.
Por outro lado, o país continuará a importar o produto, pois a maior parte de nossas refinarias, construídas ainda na década de 1970, está capacitada para processar apenas petróleo leve, enquanto que a maior parte da produção