a ausencia da natureza nos livros didaticos de hist ria
Kézia Zelinda Nery Almeida.1
Arthur Soffiati usa este texto para discutir o livro didático e como ele se transformou no decorrer dos anos. Nos anos 70, os livros transmitiam apenas as visões de cima, apresentando uma narrativa puramente factual, abordando apenas os eventos políticos, valorizando indivíduos específicos – vistos como “heróis” – como agentes transformadores da história. A partir do livro História Moderna e Contemporânea de José Jobson Arruda podemos ver a mudança no foco. Colocaram os movimentos sociais e seu papel como agente transformador. Com isso, a história passa a ser contada por baixo. Mitos foram demolidos e a imagem de índios, negros e até o “descobrimento” do Brasil – construída por séculos – estão entre os principais mitos que foram questionados. Entretanto, tanto nos livros didáticos quanto na produção acadêmica a relação entre a sociedade e a natureza foi esquecida. No século XIX, alguns estudiosos reforçam a importância da natureza. Estudos recentes dizem que inclusive Marx e Engels tinham, em seus textos, preocupações ambientais.
As mudanças ocorridas no homem por causa da natureza são várias. Entretanto, o antropocentrismo e sociocentrismo de cientistas sociais e historiadores são as principais causas para a ausência da natureza nos estudos historiográficos e, consequentemente, nos livros didáticos. Porem, com o agravamento da crise ambiental no Brasil, essa ausência não pode mais ser justificada.
Existem estudos tanto sobre as sociedades simples quanto sobre as mais complexas. Dessa forma, não custa nada mostrar que, assim como as transformações climáticas mudaram as vidas dos homens pré-históricos, as nossas vidas também serão mudadas.
É possível estudar como a natureza fora adaptada das mais diversas formas às sociedades, uma dessas formas era como inspiração para pinturas. É possível, também, estudar a forma inadequada da apropriação da natureza