A ATUAÇÃO DO PSICANALISTA FORA DA CLÍNICA
A depressão, as neuroses e todas as doenças relacionadas à saúde mental atingem todas as classes sociais, contudo, apenas as esferas sociais mais favorecidas tem acesso fácil a um tratamento psicológico adequado. Em seu texto “Linhas de Progresso de Terapia Psicanalítica”, Freud compara a importância da assistência aos problemas da mente com o tratamento de doenças como a tuberculose, por exemplo, na saúde pública e afirma ainda que é necessário que a sociedade se dê conta disso para seu próprio benefício. O texto de Freud foi escrito em 1918, entretanto, quase um século depois não se pode dizer que este quadro mudou radicalmente, mas é possível perceber avanços gradativos e significantes no que se diz respeito à atuação do psicólogo nas áreas mais abastadas. O exemplo disso é o crescimento do número de CAPs e ONGs atuando em áreas onde encontra – se uma população mais carente.
• CAPs
Os CAPs (Centro de Atenção Psicossocial) são unidades de atendimento intensivo e diário para pessoas que sofrem de transtornos mentais, psicoses e neuroses graves, servindo como alternativa ao modelo de hospitais psiquiátricos. Esses centros possuem equipes multidisciplinares compostas por médico psiquiatra, enfermeiro, psicólogo, assistente social e técnico de enfermagem, que trabalham de forma integrada e buscam humanizar o tratamento de seus pacientes. Existem três tipos de CAPs: para adultos que sofrem com doenças mentais; para crianças também com doenças mentais e para adultos, crianças e adolescentes com problemas relacionados ao álcool e drogas. Atuação do psicólogo nestes centros consiste em triagem e recepção do usuário, acompanhamento individual, terapia em grupo, apoio aos familiares e organização dos serviços. A diferença entre a atuação dentro da clinica e na área social, é que na clínica é possível que o profissional evite um contato com seu paciente fora do ambiente terapêutico, já na saúde pública há situações