A Arte nas ruas- Rua João de Lira
Como grafiteiros dão vida à arquitetura do Bairro de Santo Amaro.
Por Maria Luísa Cedrim
As ruas João de Lira e da Fundição, no Bairro de Santo Amaro, ganharam mais vida após a passagem da quinta edição do Festival Nacional de Grafite- o Recifusion em março de 2013. Com a proposta de aproximar a arte do cotidiano das pessoas, os grafiteiros trouxeram cores fortes e traços marcantes que ressaltam estilos e temáticas das mais diferenciadas, mas sempre com um cunho reflexivo bastante presente.
Pessoas que passam pelo bairro de Santo amaro notaram uma grande diferença nas paredes do edifício da Compesa: Antes cinza, agora a parede está com cores e desenhos vibrantes que remetem qualquer transeunte às mais incríveis fantasias e delírios.
Desde que chegou ao Brasil na década de 70, a prática de interferir na paisagem urbana através do grafite tem mudado o cenário de muitas cidades e pessoas. Por ser uma arte essencialmente colorida e ter em seu cerne o poder de chamar a atenção de quem passa por tais monumentos, usar de frases de reflexão e símbolos que fazem alusão á uma questão sociocultural é bastante comum. Segundo a antropóloga Mónica Lacarrieu,, “o grafite é uma marca territorial que procura comunicar aspectos vinculados a uma certa realidade social.”
Esse é um dos aspectos, mas não o único viés do projeto Recifusion. Além de trazer a arte, eles propõem a “culminância multicultural”, ou seja: o trabalho com shows, apresentações culturais, palestras e oficinas na comunidade escolhida para sediar a edição anual.
Tal prática promove uma relação mais intensa entre os artistas e a comunidade, despertando possíveis talentos. Camila Andréa, moradora do bairro do coque participou da oficina de Stêncil (Molde Vazado) com o artista educador Léo Arem e se sentiu muito motivada a seguir com os trabalhos de grafiteira. “Antes, eu via o grafite na novela e achava legal, mas podendo conhecer os artistas de perto, saber que são gente como a gente,