A Arte Gótica
O tempo e o espaço são interdependentes. Todavia há tendência para se considerar a história como o desenrolar dos acontecimentos no tempo, sem que se ganhe uma consequência adequada desse desenrolamento no espaço. Imaginamo-la uma sobreposição de estratos cronológicos, cada um com espessura cores pendente á sua duração. Para o passado muito remoto, de que possuímos escassas fontes de informação esta imagem simples basta, mas torna-se cada vez menos adequada á medida que nos aproximamos do presente e os nossos conhecimentos se tornam mais exatos. Por isso, não podemos definir a época gótica em termos de duração, devemos ter em conta não só a espessura do estrato, mas também sua superfície.
Ao princípio, por volta de 1150, à região do gótico era bem limitada, correspondia apenas a província conhecida por lle-de-france ( isto é, Paris e os arredores), o patrimônio dos reis da França. Um século depois já a maior parte da Europa “ficará gótica”, do Sicília á Islândia com exceção de algumas “ilhotas” românticas, aqui e acolá; O novo estilo alcançará mesmo o Oriente. Próximo, levado pelos cruzados. Por volta de 1450, a área do gótico começará a diminuir, “a Itália já se encontrava de fora” e em meados do século XVI ficará reduzida a quase nada. Por isso, o “estrato” gótico tem um aspecto complicador a sua “espessura” varia desde 400 anos , em alguns lugares até um mínimo de 150, em outros. Esta configuração porém, não se define com a mesma clareza em todas as artes visuais.
O termo gótico foi cunhado para arquitetura e é nesta que as características do estilo podem ser reconhecidas com maior facilidade. Só nos últimos cem anos se tornou corrente falar da pintura e da escultura gótica e por enquanto, ainda há alguma incerteza acerca dos limites exatos do estilo gótico nesses campos. Esta evolução do nosso conceito corresponde á maneira como o povo desenvolveu o estilo pela arquitetura e