A ARTE DE ESCREVER
Para uma maior reflexão sobre a dificuldade que temos em produzir textos e sobre a importância deles na escola, propomos a leitura do texto de Mattoso Câmara “A arte de escrever”.
1. “Há, portanto, uma arte de escrever – que é a redação. Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável, para a qual falta, não obstante, muitas vezes, uma preparação preliminar.
2. A arte de falar, necessária à exposição oral, é mais fácil na medida em que se beneficia da prática da fala cotidiana, de cujos elementos parte em princípio.
3. O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição oral e a escrita é a necessidade da boa composição, isto é, uma distribuição metódica e compreensível de ideias.
4. Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido. Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que vai escrever.
5. Justamente por causa disso, as condições para a redação no exercício da vida profissional ou no intercâmbio amplo, dentro da sociedade, são muito diversas das da redação escolar. A convicção do que vamos dizer, a importância que há em dizê-lo, o domínio de um assunto da nossa especialidade tiram à redação o caráter negativo de mero exercício formal, como tem na escola.
6. Qualquer um de nós senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem.
7. Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consubstancia a nossa capacidade de expressão do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo. [...]
8. A arte de escrever precisa assentar numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino