A ANÁLISE DA ILHA DE PÁSCOA PELAS LENTES DA COMPLEXIDADE
Cristiano Chiaramonti1
Claudia Cristina Machado2
Lucia Sermann3
RESUMO
Este artigo apresenta uma análise da civilização antiga da Ilha de Páscoa, no oceano Pacífico, a 3700 km do Chile, pelas lentes da teoria da complexidade. O método adotado buscou entender a história da sociedade de Páscoa, desde seu apogeu até seu declínio e analisar os acontecimentos desta sociedade, entendendo-a como uma organização aberta. Trata-se de um estudo de caso de caráter qualitativo, que fez uso das técnicas etnográfica e bibliográfica. A análise permitiu o vislumbre de Páscoa como um sistema complexo que se auto-eco-organiza. Foi possível aferir os acontecimentos em Páscoa, sob a ótica dos sete princípios da complexidade de Edgar Morin, e refletir sobre os efeitos da desordem e do caos para a manutenção da sustentabilidade desta ilha.
Palavras-chave: Teoria da Complexidade, Organização Aberta; Sistema Complexo; Sustentabilidade.
1. INTRODUÇÃO
A temática central deste artigo diz respeito à organização humana, em especial a civilização antiga da Ilha de Páscoa, a 3700 km no Chile, e tem como objetivo analisá-la como uma Organização à luz dos pressupostos da Teoria da Complexidade estabelecidos por Edgar Morin1.
O parâmetro teórico, neste artigo, sustenta-se no fato de que, para Morin, as organizações são entendidas como sistemas complexos que se auto-eco-organizam.
Para tanto, optou-se por analisar a experiência ocorrida na Ilha de Páscoa, entendendo-a como uma organização aberta e exemplo de como os homens podem explorar um sistema, sem considerar sua complexidade e as conseqüências disto. Assim, pretende-se elucidar a diáspora ocorrida na referida ilha, como lição à humanidade, acerca da necessidade de se considerar a complexidade e a sustentabilidade dos sistemas dos quais o homem é parte.
Utilizou-se para este estudo a obra Colapso: como as sociedades escolhem o fracasso ou o sucesso, de Hared