A antinomia herácito-parmenidiana e a solução de platão

I – Introdução
Este trabalho tem por objetivo expor a Teoria das Ideias de Platão como uma síntese das ideias de Parmênides e Heráclito. Para isso, num primeiro momento serão analisadas e criticadas as teses destes autores: na primeira parte Parmênides e o Ser-Absoluto, na segunda parte Heráclito e o Panta Rei. Por fim, na terceira parte será mostrado como Platão compatibilizou estas ideias e quais as implicações desta junção.
II – O Ser-Absoluto de Parmênides
Um dos mais importantes filósofos pré-socráticos foi Parmênides, originário da cidade de Eléia, que viveu entre os séculos IV e V a.C. Pertencente à Escola Eleata, foi o criador de uma das principais teorias ontológicas: a do Ser-Absoluto, a qual diz respeito à existência, além de ter implicações na física.
Parmênides costumava diferenciar qualidades positivas e negativas e esforçava-se em encontrar essa oposição fundamental em toda a Natureza (leve-pesado, ativo-passivo, quente-frio, masculino-feminino, fogo-terra, vida-morte). Não só definia os opostos como afirmava que o negativo era apenas a negação do positivo, não tendo essência.
Assim, para Parmênides, existem apenas o positivo e sua negação, ou no vocabulário metafísico usado por ele, o “ser” e o “não-ser”.
“O ser é e o não-ser não é”
O ser e o não ser são estáticos, eternos, imutáveis e não-gerados. O ser não pode deixar de existir e o não-ser não pode passar a existir.
O problema do movimento
Uma das implicações dessa teoria é a de que, se o ser e o não ser são imutáveis, não pode haver movimento no mundo. Uma das maneiras de se chegar a essa conclusão é através da física: se o não-ser não existe então não há vácuo, e sem vácuo não existe espaço para o movimento. Entretanto, podemos perceber o movimento por nossos sentidos, podendo tornar esta teoria incoerente.
Existem algumas tentativas de tornar esta teoria mais compatível com a realidade, como os “Paradoxos de Zenão” e até alguns argumentos do próprio Parmêndes, que tentam provar que