A adolescência
A adolescência é uma fase de transição, onde o sujeito percebe suas mudanças, tanto corporais, quanto psíquicas. Este precisa dar conta sozinho da puberdade, sexualidade, escolhas amorosas, responsabilidades, etc. As figuras maternas e paternas caem, esse Outro que sustenta o sujeito não tem função imaginária mais e, além disso, a referência simbólica perde a força. O sujeito terá que tomar a palavra em nome próprio, terá que enfrentar sozinho essa “crise” adolescente, e isso será fundamental para a definição da constituição subjetiva; de sua estrutura, pela linguagem.
Pensando na constituição psíquica do sujeito, de um modo resumido: após o primeiro tempo (com eficácia) do Édipo – estádio do espelho – teremos a possibilidade de haver a transmissão simbólica, e então o advento do sujeito. Assim, no segundo tempo (lógico) desse processo, haverá o rompimento da alienação da criança ao desejo materno. O pai entra como função simbólica. A criança, com isso, sai da posição de falo imaginário da mãe - onde achava estar preenchendo uma falta dela - percebe que essa mãe não a pertence, pelo menos não totalmente e nesse momento, instaura-se um vazio. Desse vazio, surge uma falta, e a partir dessa falta advém o sujeito do desejo. A mãe mostra em seu discurso que há um terceiro, assim, há a castração simbólica, o desejo da mãe é substituído pelo significante Nome-do-Pai, que é de grande importância para a constituição psíquica da criança.
O momento do Édipo cria uma promessa na criança – a castração vem com essa promessa para a criança que ela vai ter o objeto de desejo no futuro, quando crescer -, e na adolescência ele se dá conta que a promessa era “falsa”, o gozo não é total, é parcial. A sexualidade é deficitária sempre. As referências simbólicas ficam enfraquecidas – pane do grande Outro – e o adolescente, assim, busca outros “Nomes-do-Pai” para se sustentar, como, por exemplo, o