A acumulação primitiva e transição do feudalismo para o capitalismo segundo Marx
A acumulação primitiva não é, apenas um momento passado histórico a partir do qual as relações sociais capitalistas surgiram, mas sim, um conceito fundamental para o Capital. A crítica da economia política de Marx expõe categorias econômicas como categorias sociais fundadas e subsistindo através de uma separação simples, quem controla os meios de produção, e quem depende deles para viver. De acordo com David Harvey, muito resumidamente, a definição de Karl Marx para acumulação primitiva é "tomar a terra, por exemplo, cercando-a e expulsando a população residente para criar um proletariado sem-terra e, em seguida, liberando o terreno para o surgimento de uma produção privatizada para a acumulação de capital". Capital é dinheiro que gera mais dinheiro, valor em busca de mais-valia. Em outras palavras, é dinheiro que é reinvestido para gerar mais dinheiro. Se origina da atividade de obter bens com o intuito de vende-los e conseguir lucro, e emerge inicialmente da troca entre diferentes comunidades, cuja produção ainda não é capitalista.
Antes que houvesse dinheiro para se transformar em capital, foi necessária uma acumulação primária e original. Essa teria vindo da extração de recursos, conquistas, pilhagem ou escravização. A descoberta de ouro e prata na América, a extirpação e escravização nas minas de populações indígenas naquele continente, o início de uma conquista e pilhagem na índia, e o reconhecimento da África como uma área de comercialização e caça de negros, caracterizaram o início da era capitalista de produção. De acordo com Marx, o propósito da acumulação primitiva é privatizar os meios de produção, de modo que os proprietários exploradores possam ganhar dinheiro com o trabalho excedente daqueles que, na falta de outros meios, só tem sua força de trabalho para vender. Esses trabalhadores só se tornam vendedores de si mesmos depois que todos os seus meios de produção e todas as garantias de sua