a abordagem historica da mecanica dos fluidos
DIDÁTICOS DE FÍSICA DO ENSINO MÉDIO
Luciano Denardin de Oliveira [denardin@cpovo.net]
Colégio Monteiro Lobato
Paulo Machado Mors [mors@if.ufrgs.br]
Instituto de Física UFRGS
Campus do Vale, Porto Alegre, RS – Brasil
Neste trabalho apresentamos os resultados obtidos na análise de 10 livros didáticos usualmente empregados no Ensino Médio, no que diz respeito às suas abordagens históricas da Mecânica dos
Fluidos. Das obras investigadas, apenas três dedicam espaço para a Hidrodinâmica. Uma delas apenas apresenta o conceito de vazão e a equação da continuidade, enquanto nas outras duas um estudo sistemático e adequado da Hidrodinâmica é realizado.
A maioria das obras apresenta registros históricos no capítulo referente à Hidrostática. Geralmente as citações são feitas na forma de notas de rodapé ou no final do capítulo, como leituras complementares. Entendemos esta abordagem segmentada como prejudicial para o aluno, que pode passar a ver a Ciência e a História como coisas distintas. Além disso, a História da Ciência é associada a um pequeno número de protagonistas (Arquimedes, Pascal, Torricelli e, com menos freqüência, Stevin). O experimento dos hemisférios de Magdeburgo é pouco citado e outros cientistas que deram contribuições científicas importantes à evolução das idéias da Mecânica dos
Fluidos não são mencionados. Geralmente, os experimentos realizados são apenas descritos, sem se fornecer detalhes, nem mesmo as motivações que levaram seus protagonistas a realizá-los. A maioria dos autores apresenta uma História da Ciência distorcida. O episódio de Arquimedes e a coroa do rei Hieron é contado na forma de anedota, e pouquíssimos discutem os fatores técnicopráticos que não permitiriam que a versão mais difundida dessa história1 fornecesse resultados fidedignos. O local do banho de Arquimedes também varia muito, uns afirmando ter sido em banheira pública (às vezes são citadas as termas),