Zona de Cisalhamento Ribeira
Introdução
O processo de colisão entre o cráton do São Francisco com blocos (Brasília-São Paulo-Paraná) situados a oeste-sul, provocaram o desenvolvimento de faixas móveis com orientação NE-SW (Faixa Ribeira), e NNW-SSE (Faixa Brasília). Na porção sul do cráton São Francisco, tem-se uma zona de interferência, correspondendo a junção entre as duas faixas móveis, que resultaram de várias orogêneses desencadeadas do Neoproterozóico ao Ordoviciano Inferior, sendo responsáveis pela geração de plutonismo granítico e diversas zonas de cisalhamento. Sendo a Zona de Cisalhamento Itu/Jundiuvira,Taxaquara, Caucaia e Cubatão as principais dentro da área de estudo. (Figura 1).
Figura 1: A área em questão localiza-se na porção central da Faixa Ribeira. (Figura extraída de Hackspacher et. al. 1993)
Contexto Regional
A Faixa Ribeira constitui um complexo cinturão orogênico que se estende por mais de 1.400 km ao longo da margem atlântica brasileira. Participou do episódio de colagem, que originou a parte oeste do paleocontinente Gondwana, do Neoproterozóico ao Eopaleozóico (Brito Neves e Cordani, 1991). Segundo Ebert e Hasui (1998) a geração da Faixa Ribeira ocorreu durante o Neoproterozóico, juntamente com a Faixa Brasília, através do fechamento em junção tríplice dos blocos Vitória, São Francisco e Paraná. Os processos que orientaram estas colisões se associam a movimentos laterais, oblíquos e frontais, durante a convergência dos blocos, assim como eventos de subducção. A região central da Faixa Ribeira, envolvendo o sudeste do Estado de São Paulo, foi compartimentada por Tassinari e Campos Neto (1988), com base em informações geocronológicas, em três domínios tectônicos separados por expressivas zonas de cisalhamento dispostos de NW para SE em São Roque, Embu e Costeiro. O Domínio São Roque integra rochas meso a neoproterozóicas que representam uma seqüência meta-vulcanossedimentar de baixo a médio grau, com os grupos Itaberaba na