Geologia Regional Na Faixa Ribeira
As rochas agrupadas sob as denominações Amparo e Itapira por Ebert (1968) formam, no nordeste do Estado de São Paulo e sul/sudeste de Minas Gerais, faixa alongada, que, em sua porção meridional, apresenta direção NNE/SSW, infletindo-se para ENE/WSW na porção setentrional, delimitada a nordeste, do Complexo Guaxupé, pelo sistema de falha ou cisalhamento Jacutinga/ Espirito Santo do Dourado/ Ribeirão de Pirapitinga e, do Complexo Socorro, a sudeste pelo sistema Socorro/ Monte Sião ou Inconfidentes. As rochas interpretadas inicialmente como metassedimentos grauvaqueanos e denominadas de Grupo Amparo, dispostos em antiformes, mostraram tratar-se de infraestrutura gerada no Arqueano e retrabalhada no Paleoproterozóico inclusive com evidencias de acresção crustal, em quanto que as rochas metassedimentares alojadas em sinformes constituem o Grupo Itapira de idade neoproterozóica. Os dois conjuntos litológicos não exibem diferenças metamórficas e estruturais que permitam separa-los com segurança. Em ambos, nas porções menos afetadas pelas zonas de cisalhamento que compõem o Cinturão de Cisalhamento Ouro Fino, pode ser reconhecida foliação com baixo ângulo de mergulho, às vezes, com lineação de estiramento indicando transporte de SE para NW ou de S para N, relacionável à tectônica tangencial neoproterozóica. Essa estruturação, na progressão da dinâmica colisional, foi intensamente rotacionada e transportada por tectônica direcional, dextral e transpressiva, responsável pela implantação do cinturão de cisalhamento e geração do alto estrutural alongado, que, por erosão, possibilitou a exposição da faixa. O desenvolvimento da foliação de baixo ângulo deu-se em condições retrógradas, com evidencias de caminhamento metamórfico horário, dentro da fácies anfibolito, com temperaturas mínimas superiores a 700° C para o auge termal. Já a foliação de alto ângulo teve início em condições de fácies anfibolito, com temperaturas mínimas de ordem de 650°