Zenão de Eléia
Contexto Histórico
Zenão de Eléia, assim chamado para não ser confundido com o fundador do estoicismo (Zenão de Cício, 335-263 a.C.), foi o mais ilustre discípulo de Parmênides e teria vivido, aproximadamente, entre os anos 490 e 430 antes de Cristo.Apontado, com razão, por Aristóteles como o criador da dialética, notabilizou-se por seu brilhantismo na elaboração de paradoxos, termo que, na acepção original, significa "contrário à opinião". Seus argumentos desempenharam importante papel na lógica e na matemática e levaram a umareflexão mais aprofundada sobre o espaço e o tempo. Alguns de seus paradoxos ficaram célebres na história do pensamento ocidental, principalmente o de Aquiles e a tartaruga, que tem intrigado cientistas e filósofos desde a Antiguidade até os nossos dias.
Por volta dos 40 anos,Zenão teria acompanhado seu mestre Parmênides numa viagem a Atenas, tendo então conhecido Sócrates. Conta-se também que, quando sua pátria, a Cidade-Estado de Eléia, foi submetida aos desmandos de um tirano, o Zenão político empreendeu libertá-la, mas acabou de maneira trágica, enfrentandocorajosamente terríveis suplícios. Zenão foi preso e torturado, recusando-se a entregar seus companheiros, perdeu a vida.
No entanto, o escopo principal de sua vida foi, sem dúvida, defender a doutrina de seu amado mestre contra as críticas e ataques de seus adversários. Suasargumentações pressupunham a teoria de Parmênides sobre o Ser-Uno e opunham à evidência sensível uma série de raciocínios destinados a refutá-la. Com efeito, a crítica ao senso comum feita por Parmênides é levada ao extremo por seu discípulo. E é exatamente contra essa opinião comumque Zenão formula seus paradoxos, com os quais o inventor da dialética reduz ao absurdo as teses do movimento e da multiplicidade das coisas, que, em sua opinião, não sendo racionais, não poderiam ser reais.
Os Paradoxos de Zenão