Xilogravura
2 CAPÍTULO I - A XILOGRAVURA – OS PRIMÓRDIOS EUROPEUS, SEU DESENVOLVIMENTO COMO LINGUAGEM DE ARTE INDEPENDENTE A PARTIR DO SÉCULO XIX E SUA FORTE PRESENÇA NO MODERNISMO BRASILEIRO NO QUAL SE INCLUI A OBRA DE ADIR BOTELHO 2.1 Gravando imagens na aurora dos tempos A principal característica da forma de expressão artística conhecida como “gravura” é a de servir como meio para se criar imagens que possam ser reproduzidas num número arbitrado de cópias iguais. Outra importante característica sua é, pelo menos em seus modos mais tradicionais, ser realizada a partir de incisões, marcas, cortes, sobre um determinado material que serve como matriz2 da imagem que se quer criar, a partir da qual se farão as cópias geralmente em papel. E este procedimento de marcar, criar incisões e cortes sobre uma superfície é quase tão antigo quanto a existência da espécie humana, como o demonstram antiqüíssimos achados arqueológicos tais como ossos e rochas nas quais incisões realizadas por nossos ancestrais nos trazem de seu remoto passado exemplos claros da fauna que conheciam e que caçavam3 e até de figuras humanas. Ainda não se tratava de gravura, pois estes objetos inaugurais não tinham este propósito de serem utilizados como matriz para que se reproduzissem cópias das imagens neles gravadas, porém o procedimento de corte e gravação da imagem já estava lá, delineando uma idéia que se queria expressar e – certamente – os sentimentos do seu primitivo autor que já estavam ali embutidos (figuras: 1, 2 e 3).
Fig. 1 Vênus1de Vênus de Laussel, Arte Laussel, Arte Rupestre, Fig. Aurinhacense, Museu de Saint-Germain- de Rupestre, Aurinhacense, Museu Laye, França. Fonte: Arte nos Séculos, Saint-Germain-Laye, França. Fonte: vol. I, 1969. nos Séculos, vol. I, 1969. Arte
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Fig. 2 Rena gravada na rocha, Arte Rupestre, Madaleniense, gruta de Les Combarelles, França. Fonte: Arte nos Séculos, vol. I,1969.
Fig. 3 Animais gravados em chifre de rena, Arte Rupestre, Aurinhacense, Museu