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Alemanha e França se unem contra suspeita de espionagem dos EUA
As acusações feitas por França e Alemanha de que os EUA espionam seus países, e teriam inclusive grampeado o celular da chanceler alemã, Angela Merkel, devem dominar uma cúpula europeia que começa nesta quinta-feira em Bruxelas.
A pauta do encontro é composta por temas sociais e econômicos diversos, mas deve ser ofuscada pelo debate sobre como responder às suspeitas de espionagem contra dois dos principais aliados europeus de Washington.
Para a Alemanha, a questão é particularmente delicada, pois a espionagem evoca lembranças da vigilância realizada pela Stasi, polícia secreta da Alemanha Oriental, onde Merkel cresceu.
Outros aliados importantes dos EUA, como Brasil e Arábia Saudita, também já se queixaram das atividades de espionagem reveladas em junho pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden.
Em uma nota com termos excepcionalmente duros, divulgada na noite de quarta-feira, um porta-voz de Merkel disse que a chanceler (primeira-ministra) conversou por telefone com o presidente dos EUA, Barack Obama, para solicitar esclarecimentos.
"Ela deixou claro que vê tais práticas, caso se provem verdadeiras, como sendo completamente inaceitáveis, e as condena inequivocamente", disse a nota.
Jay Carney, porta-voz da Casa Branca, disse que Obama garantiu a Merkel que os EUA "não estão monitorando e não irão monitorar" as comunicações da chanceler, o que dá margem à interpretação de que isso aconteceu no passado.
O ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, convocou o embaixador dos EUA em Berlim para discutir a questão, disse um porta-voz na quinta-feira.
A França também já havia manifestado indignação depois que o jornal Le Monde noticiou que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) havia recolhido dezenas de milhares de registros telefônicos franceses entre dezembro de 2010 e janeiro de 2013.
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