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E A TEORIA DA POUPANÇA,
DO INVESTIMENTO E DOS JUROS*
Victoria
Chick**
Alain Parguez, por muitos anos, defendeu a causa da economia pós-keynesiana no Instituto de Estatística, Matemática e Economia Aplicada (ISMEA), em Paris.
Em 1985, ele me convidou para participar de uma conferência no Instituto. Devido ao excesso de trabalho e a uma confusão generalizada, apenas tive tempo de preparar um texto muito insatisfatório, que, à minha chegada, tentei escusar-me de apresentar. Alain, com seu charme e persuasão, recusou-se a conceder-me essa saída fácil. Consegui postergar minha apresentação para o dia seguinte e sentei, sentindo-me um pouco deprimida, para ouvir os demais trabalhos. Durante uma apresentação em francês, que eu mal conseguia entender, minha atenção dispersou-se, e comecei a meditar sobre a questão da administração do passivo, um fenômeno que já havia sido bastante discutido no Reino Unido, embora apenas em um quadro de referência monetário e bancário. Que diferença essa administração do passivo faria, pensei, se considerada em um contexto macroeconômico mais amplo? Subitamente, cheguei à conclusão de que tinha uma resposta para essa pergunta. Partindo do trabalho que havia desenvolvido no livro Macroeconomics After Keynes
(CHICK, 1983) e juntando minha resposta com um esquema evolutivo (que eu havia inventado durante a supervisão do trabalho de um aluno de pós-graduação), apresentei, no dia seguinte, algo parecido com o capítulo que se segue. Eu nunca teria seguido essa estratégia de alto risco se não soubesse que podia contar com a simpatia do anfitrião e da audiência. O capítulo é, portanto, dedicado a Alain Parguez, o qual, eu suponho, não conhece essa história.
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A autora deseja agradecer a Sheila Dow, Basil Moore, David LleweUyn, Otto Steiger, Brian Tew e aos participantes do seminário na Universidade de Buckingham por seus úteis comentários e sugestões. O resultado final é de