Web 3.0
SÉRGIO DÁVILA da Folha de S.Paulo, em Washington
Há algumas semanas, o Netflix, o serviço de aluguel de DVD por correio mais popular dos EUA, publicou um anúncio que chamava a atenção não só pelo valor envolvido, mas pelo desafio proposto. A empresa de Los Gatos, no Vale do Silício californiano, prometia dar US$ 1 milhão a quem desenvolver um método de busca mais eficiente do que o usado hoje.
Atualmente, o cliente que buscar no site da Netflix "Os Infiltrados", de Martin Scorsese, por exemplo, e decidir alugá-lo receberá a sugestão de levar também "Gangues de Nova York", "O Aviador", "Cassino" e "Os Bons Companheiros" (do mesmo diretor) e "The Good Shepherd" e "A Supremacia Bourne" (ambos com Matt Damon, ator de "Os Infiltrados").
A empresa considera que o atual mecanismo de busca é algo básico e primário. Propõe pagar mais de R$ 2,2 milhões a quem conseguir um algoritmo mais sofisticado. Quem procura "Os Infiltrados", violento longa policial indicado ao Oscar de domingo, pode se interessar por quais outros filmes? E se essa pessoa é um homem, de entre 30 e 40 anos, casado, morador de Washington (todos dados que a Netflix já possui)?
Mais: e se o cliente não dá a informação inicial ("Os Infiltrados"), mas descreve vagamente o que procura ("filme violento", "diretor consagrado", "baseado em Boston", "refilmagem de título oriental")?
O que empresas como a Netflix, mas também gigantes como a IBM e a Google, procuram é uma resposta a isso.
"A resposta", disse à Folha Nova Spivack, "é a Web 3.0". O termo, segundo o norte-americano, considerado o principal autor em semântica da rede, foi empregado pela primeira vez pelo jornalista John Markoff, num artigo do "New York Times" e logo incorporado e rejeitado com igual ardor pela comunidade virtual. (leia entrevista)
Seria a terceira onda. A primeira, Web 1.0, foi a implantação e popularização da rede em si; a Web 2.0 é a que o mundo vive hoje, em que