Wall street poder e cobiça - resenha

A história tem qualquer coisa de familiar: o rapaz de origem humilde, ocupando um cargo modesto no mercado de ações, se inspira nos grandes investidores, ganhadores de grandes fortunas. Em “Wall Street – Poder e Cobiça”, de 1987, o jovem e ambicioso operador da bolsa é Bud Fox (Charlie Sheen). Gordon Gekko (Michael Douglas), conhecido por negociar cifras consideráveis de forma fria e certeira, é o seu modelo de sucesso.

O investidor, no entanto, não é um tipo dos mais acessíveis ou influenciáveis. Acostumado a apresentar investimentos conservadores para clientes modestos, Bud precisava de opções mais interessantes e promissoras para conquistar um gigante de Wall Street como Gekko. A fortuna oculta que fisga Gekko é a empresa aérea Bluestar. Ex-funcionário da empresa e filho do presidente do sindicato, Bud tem informações valiosas sobre a empresa, que garantem bons lucros para Gekko. O bom desempenho dessa operação abre o apetite do investidor por mais informações confidenciais e especulação, tarefas que Bud está mais do que disposto a executar. A dedicação a Gekko não demora a dar frutos: em pouco tempo, o pequeno apartamento é trocado por uma luxuosa cobertura, e os ternos esfarrapados dão lugar a roupas bem cortadas.

Reviravolta - Mas Bud logo percebe que, para se ter sucesso no mundo dos negócios, ele teria que fazer algumas concessões éticas – pelo menos para quem trabalha com Gekko. A resolução do investidor de dissolver a Bluestar, que provocaria a demissão de centenas de funcionários, inclusive do seu pai, faz Bud perceber que não vale a pena fazer tudo por dinheiro. A partir daí sua dedicação se inverte: o objetivo não é mais gerar dinheiro para Gekko, e sim fazê-lo perder a empresa e pagar por crimes como lavagem de dinheiro – segredos que ele, como braço direito do investidor, conhece muito bem.

A habilidade de Bud em descobrir informações e especular, algo que tanto fascinou Gekko, é responsável também pela queda de ambos. Símbolo do vale-tudo