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1725 palavras 7 páginas
O dilema da pitanga na Natura
Crescendo menos e enfrentando uma concorrência muito maior, a Natura procura uma fórmula para voltar aos velhos tempos — sem abandonar o modelo de negócios tão caro a seus fundadores
Carolina Meyer, de

14/03/2012

A Natura começou 2011 cheia de otimismo. Na teleconferência de resultados do primeiro trimestre, o presidente da empresa, Alessandro Carlucci, ostentou com orgulho dados como o aumento de 13% na receita líquida e a simbólica chegada à marca de 1 milhão de consultoras no Brasil.
Para analistas e investidores pendurados ao telefone durante a teleconferência, aquilo tudo era um tanto tedioso: mais uma vez, a Natura crescia aceleradamente. Mais uma vez, a empresa ampliava sua base de revendedoras. Mais uma vez, a companhia ganhava mercado.
No entanto, à medida que o ano avançou, a Natura teve de lidar com uma situação inédita desde que abriu o capital, em 2004.
Problemas operacionais, aumento da concorrência e um setor que expandiu menos que o previsto fizeram com que a companhia crescesse apenas 1 dígito nos três trimestres que se seguiram, encerrando o ano com uma expansão de 9% na receita líquida, para 5,6 bilhões de reais.
Na teleconferência realizada no dia 17 de fevereiro para apresentar os números de
2011, Carlucci reconheceu que o desempenho da Natura ficara “abaixo do esperado”. Embora a empresa tenha anunciado um lucro recorde de 831 milhões de reais no ano, as ações da
Natura na bolsa subiram menos de 1% no dia seguinte.
O recado era claro: para o mercado, havia algo de estranho naquele resultado. “Crescer quase 10% num ano em que a economia como um todo expandiu apenas 3% seria um baita resultado para qualquer empresa”, diz Daniela Bretthauer, analista da Raymond James.
“Entretanto, a Natura acostumou o mercado a taxas muito maiores de crescimento.”
O que aconteceu com a Natura em 2011? Os desafios enfrentados pela empresa começaram já no primeiro trimestre do ano passado, quando teve

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