Vítimas de violência sexual
Conceito
Estupro é uma coerção forçada e sem consentimento da vítima a envolver-se em um ato sexual. Trate-se de intercurso sexual por meio de ameaça ou violência. Consiste em um ato de humilhação violenta, imperando as relações de domínio e submissão. Destacam-se na vítima as sensações de impotência, vulnerabilidade e medo.
Epidemiologia
Os casos notificados de estupro não chegam a quarta parte dos realmente ocorridos. Dos casos investigados, o estuprador é conhecido da vítima em metade dos casos, sendo que em 7% deles o estupro é cometido por alguém muito próximo da vítima. Sabe-se que as mulheres entre 16 e 24 anos representam a categoria de maior risco, mas há vários registros de vítimas femininas de 15 meses a 82 anos. Os casos de estupro com vítimas masculinas são bem mais comuns em situações de confinamento, como nas prisões. Os pacientes psiquiátricos também constituem um grupo muito vulnerável à violência sexual.
Quadro clínico
Os enfermeiros em situação de atendimento de emergência devem ter um alto grau de suspeição para identificar vítimas de estupro não denunciado, pois cerca de metade dos casos não são relatados pelas vítimas. As queixas dos pacientes vítimas de estupro costumam ser vagas e inespecíficas, envolvendo sintomas físicos, como dor abdominal, cefaleia ou dor torácica. Muitas vezes referem ansiedade ou depressão, ocasionalmente acompanhadas de tentativa de suicídio. Inicio súbito de alterações de conduta sem desencadeantes claros ou sem história prévia de psicopatologia devem despertar a atenção do médico.
As reações das vítimas de violência sexual dividem-se em três etapas relativamente distintas:
1- A reação aguda consiste em choque, colapso emocional e desamparo. Durante essa fase, a culpa é um fator importante e despontam dúvidas objetivas como questões de como proceder, para quem contar, possibilidade de gravidez e de contágio de doenças sexualmente transmissíveis.
2- A tentativa de superar a