vocel e responsavel pelo espaço que ocupa
Francisco Mendonça
Professor Titular do Departamento de Geografia e do Programa de Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná. Correio eletrônico: shico10@zaz.com.br
Resumo
A geografia, desde o estabelecimento de sua condição de ciência moderna, tem no ambientalismo uma de suas principais características. Ele reflete a riqueza da dualidade do conhecimento geográfico. A concepção de ambiente, todavia, mudou bastante ao longo do último século, pois inseriu marcos importantíssimos dos distintos momentos históricos da modernidade. Até meados do século XX a geografia, e também as outras ciências e a sociedade em geral, concebiam o ambiente exclusivamente do ponto de vista naturalista. Nos últimos quarenta anos a noção de ambiente tem inserido, paula- tinamente, a dimensão social, pois a crise ambiental contemporânea não pode mais ser compreendida e nem resolvida segundo perspectivas que dissociam sociedade e natu- reza. Neste contexto, a problemática ambiental que caracteriza o momento presente levou a geografia a rever suas concepções, o que resultou na busca e na formulação de novas bases teórico-metodológicas para a abordagem do meio ambiente. O envolvi- mento da sociedade e da natureza nos estudos emanados de problemáticas ambientais, nos quais o natural e o social são concebidos como elementos de um mesmo processo, resultou na construção de uma nova corrente do pensamento geográfico aqui denomi- nada geografia socioambiental.
Palavras-chave
Geografia – ambiente – Geografia ecológica – Geografia socioambiental.
Terra Livre São Paulo n. 16 p. 139-158 1o semestre/2001
113FRANCISCO MENDONÇA
“A crise ambiental não é crise ecológica, mas crise da razão. Os problemas ambi- entais são, fundamentalmente, problemas do conhecimento. Daí podem ser deriva- das fortes implicações para toda e qualquer política ambiental – que deve passar por uma política do conhecimento –, e também para a educação. Apreender a