VISÕES SOBRE PROSTITUIÇÃO, SAÚDE PÚBLICA E EXPLORAÇÃO INFANTIL

VISÕES SOBRE PROSTITUIÇÃO, SAÚDE PÚBLICA E EXPLORAÇÃO INFANTIL

Rio de Janeiro – RJ
2014

O exercício da prostituição é uma prática milenar caracterizada por preconceitos e constantemente associada à marginalidade. A prostituição sofreu diversas mudanças conceituais ao passar dos séculos, mas por muito tempo foi encarada como um fato social, muitas vezes proibida por questões religiosas ou até mesmo normativas. Por serem tratadas como um “mal necessário” (manifestação da sexualidade pervertida dos maridos), as profissionais do sexo eram comumente consideradas indignas de viver em sociedade, o que provocou certa exclusão que perdura até os dias de hoje.

Muito se tem discutido a respeito dos fatores que levam uma pessoa, normalmente mulheres, a se prostituir. É indicada como o ponto marcante a desigualdade social, característica fundamental da sociedade capitalista em que vivemos e causadora de vários outros problemas que a seguir serão relatados.

Tratando-se de Brasil, são explicitas as diferenças sociais entre a classe trabalhadora e os detentores dos meios de produção. Em meio a um conflito de classes, a miséria de muitos se torna evidente, e com isso, a prostituição passa a ser vista como uma alternativa final, uma rota de fuga (principalmente em regiões menos favorecidas economicamente, como o norte e o nordeste).

Também são notáveis múltiplos relatos de agressões domésticas sofridas pelas mulheres que iniciam nesse meio, em sua maioria jovens de baixa escolaridade, que não chegaram a concluir o ensino fundamental.

Movidas pela violência doméstica e pela pobreza, essas mulheres são “coagidas” a entrar nessa vida extremamente difícil e desprovida dos direitos humanos mais fundamentais.

Algo extremamente triste, mas proporcionalmente presente nesse mundo é a exploração infantil. Crianças são diariamente obrigadas a vender seu corpo e submetidas a constantes abusos por desconhecidos, mas também muitas vezes por seus familiares,