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A disciplina de Relações Internacionais, em sua curta história enquanto disciplina objeto de estudo acadêmico formalizado, foi marcada pela predominância de duas correntes centrais, o Idealismo, hoje transformado em Institucionalismo Liberal, e o Realismo, reconvertido em Neo-Realismo.1 O Institucionalismo Liberal enfatiza o papel das instituições internacionais e as possibilidades de cooperação resultantes da interdependência crescente entre os países. O Realismo, por sua vez, baseia sua análise sobre as estruturas de poder e segurança, o papel dos atores hegemônicos, a ordem e a estabilidade do sistema internacional.2
A história da disciplina de Relações Internacionais esteve intimamente ligada aos próprios desdobramentos do contexto internacional: as teorias foram elaboradas para responder às preocupações e problemas vividos em cada época. A primeira corrente teórica que surgiu, o Idealismo, correspondeu ao desejo de evitar conflitos que caracterizou o período após a Primeira Guerra Mundial. Na época, dominou o idealismo inspirado na visão da paz perpétua de Kant. Os "quatorze pontos de Wilson", que serviram de base ao Tratado de Versalhes de 1919, proclamaram a elaboração de uma nova abordagem da diplomacia internacional, com negociações abertas e acordos públicos. Tal visão levou à criação da Sociedade das Nações (S.D.N.), primeira tentativa formal de criar uma organização internacional baseada no princípio da segurança coletiva, visando a mediação de conflitos, com uma estrutura permanente e uma Carta codificada. A disciplina de Relações Internacionais surge em tal contexto, com o objetivo de, através o estudo científico, estabelecer as condições para uma paz duradoura e uma cooperação crescente entre as nações. A disciplina nasce, portanto, com um forte conteúdo normativo, baseada na crença de que a pesquisa deve ter como objeto o que deveria ser, e não o que é.
Após os horrores da Segunda Guerra Mundial e no