virus ebola
A atual epidemia de ebola mostra que, embora as chances de infecção sejam raras, elas são possíveis. E sempre vale lembrar que a doença tem origem animal.
Apesar disso, a disseminação do vírus, do infante zero até agora, teria sido causada por contatos humanos.
Questão cultural
Autoridades sanitárias já tentaram lidar com o problema da contaminação pelo consumo de carne.
Na Libéria, um dos países mais afetados pela atual crise, a venda de carne de animais selvagens foi proibida.
Mas há quem alegue que este tipo de decisão vá apenas forçar que a venda deste tipo de carne ocorra num mercado negro. Sem falar na questão cultural.
"Estamos falando de uma sociedade em que há o sentimento de que você não se alimentou de forma apropriada se não tiver comido carne. Não há grandes rebanhos que possam servir como fonte alternativa", explica Marcus Rowcliffe, da London Zoological Society.
No entanto, o noticiário das últimas semanas foi marcado por críticas diretas a este costume.
O jornal americano Washington Post questionou a prática abertamente, ao passo que a revista New Scientist pediu uma proibição também como forma de proteção à fauna.
"Sabemos que houve uma contaminação de um morcego para uma criança na Guiné, mas, desde então, esta epidemia teve transmissão de humano para humano. As pessoas estão muito mais expostas por conviver com humanos do que por comer morcegos", afirma a antropóloga Melissa Leach, da Universidade de Sussex.
Ainda assim, os especialistas, alertam para os riscos do contato com o animal e acreditam que novos casos são apenas uma questão de tempo.
"É inevitável que veremos novos casos de ebola ou outras doenças transmissíveis por morcegos por causa das doenças que estes animais abrigam. Os riscos podem ser baixos, mas as consequências seriam graves", explica